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O designer que deu nova luz à Maison Chanel

Nascido em 1938, na cidade de Hamburgo, na Alemanha, ele mudou-se aos 14 anos pra estudar em Paris. O garoto, um apaixonado por moda e história da arte, aprendeu a falar francês, italiano e inglês.Karl Lagerfeld se destacou pela primeira vez na moda em 1955, quando participou de um concurso de modelos de mantôs (um tipo de casaco comprido, como um sobretudo) promovido pelo International Wool Secretariat, aberto a qualquer jovem designer amador.




Ele ganhou o prêmio pelo melhor desenho da peça, dado por um júri no qual estavam Pierri Cardin e Hubert Givenchy, e o convite para o seu primeiro trabalho em uma casa de costura, a Bauman. 
Três anos depois, o então jovem estilista tornou-se designer-chefe da casa de Jean Patou. Com muita energia criativa para gastar, Lagerfeld teve a ideia de trabalhar em várias grifes ao mesmo tempo. 

                                              


Em 1963, como freelancer, começou a desenhar coleções de peles e de prêt-à-porter para a marca das irmãs Fendi. Usando peles de toupeira, coelho e esquilo, consideradas pouco nobres para criações requintadas, e as tingindo de cores ousadas, ele colocou a Fendi na liderança absoluta do setor e conquistou vários prêmios internacionais. Ainda com criatividade represada, em 1970, também começou a desenhar para a Casa Chloé francesa.


                                               
                                     


Enquanto a carreira de Karl estava em plena ascensão, a Maison Chanel passava anos de mesmice e insucesso após a morte Coco em 1971. No ano de 1983, com a reputação solidamente estabelecida como uma força da moda do momento, Lagerfeld tornou-se o diretor criativo e estilista da grife. Na época, a notícia causou um alvoroço entre os fashionistas, uma vez que havia uma grande diferença entre o estilo atrevido do designer e o discreto e refinado de Coco Chanel.Para a surpresa de todos, entretanto, ele conseguiu recriar a fama e a força da maison mais importante do século 20 sem perder o DNA do estilo e da tão forte personalidade de Gabrielle Chanel. Acredito que o "Kaiser" da moda, como ficou conhecido, soube (e ainda sabe) respeitar as características que fizeram da Madeimosele a estilista mais importante do século passado.  


                                                                   

Além do comando da marca, os dois têm algumas características em comum. Assim como Coco fazia, Karl gosta de enobrecer materiais simples e de chocar a sociedade invertendo a lógica da estética do seu tempo. O último lançamento da Chanel, a linha de bolsas Coco Cocoon, é a prova de que Lagerfeld tem o funcionamento parecido com o da estilista. Assim como ela escolheu uma atriz de teatro para ser a "embaixadora" dos seus chapéus revolucionários nos anos de 1900, como mostra o filme "Coco Antes de Chanel", o designer escolheu duas blogueiras para serem as "embaixadoras" da sua nova coleção que, por sinal, é feita em nylon, mais um material nada nobre. 
Não à toa, ele se auto-intitula o "camaleão da moda": "Quando eu faço Fendi, eu sou outro, quando eu faço Chanel, sou Karl Lagerfeld, ou KL. É como ser quatro pessoas em uma. Talvez eu não tenha personalidade, ou talvez tenha mais de uma", disse o estilista na biografia "Karl”, escrita por Paul Sahner.